Naquela avenida.
Naquela avenida... penso nela, na política abstrata com tantas linhas, no emaranhado de assuntos que assolam o mundo, em que muitas vezes o silêncio ecoa e o que se diz faz ressonância.
Naquela avenida, contempla a Globo; fascina! Essa tal de globalização movimenta países, determina destinos, cria raízes e, no meio dela, riqueza, pobreza, resiliência.
Naquela avenida, que do alto a rua se perde de vista, desabrocham estratégias para lideranças regionais, desencadeiam ações: promover, representar. É importante informar e até negociar, que (haja) tenha olhos em todo lado.
Naquela avenida, longe, longe da terra, a política ganha forma: troikas, tripartidas, bilaterais, multilaterais se apresentam. Tímida a política, porém, com vontade firme de crescer nas entrelinhas das decisões. Sem tempo definido, cumprem-se missões. Chega a ser constrangedor ver caminhos sem direção a atingir objetivos, confesso e inconfessos. É proibido ser imprudente.
Naquela avenida, uma política que se quer, determinada e eloquente, que seja audaz e perspicaz no meio do caos, como uma fera voraz.
Naquela avenida, lá longe da nossa terra, a política, para ser concreta, seu fruto mostra: tratados, acordos, memorandos de entendimento, mas, acima de tudo, cooperação com desenvolvimento.
Naquela avenida, bem na berma daquela esquina, corações se sentem desarmados: filhos abraçam país... país abençoado filhos; pastas carregam credenciais, peitos levam a saudade ainda tão nova, mas já tão sentida! Passos se firmaram na carreira; homens e mulheres trilham caminhos de concertações: erguem pátrias, erguem nações, fazem-no com ousadia e apetência, como se espera da própria Diplomacia.
Egna de Sousa.
(Mulher, mãe, diplomata e escritora.)
A editora no caminho certo. Parabéns!